Prof. Dr. Jorge Luiz e Silva

Prof. Dr. Jorge Luiz e Silva

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

E a Internet é uma Revolução?



Mobilidade é a Revolução!

Quando a sociedade conseguiu ter contato com esse elemento novo, o Computador, por meio dos então chamados computadores pessoais, as aplicações mais comuns sendo utilizadas eram os softwares para escrita de texto, o que hoje é o tão conhecido Word, e outros semelhantes. Lógico que está se considerando a sociedade como um todo, entretanto, nos meios científicos e industriais, a evolução fez com que diversas aplicações viessem a ser desenvolvidas para que tivéssemos cada vez mais condições de realizar pesquisas consistentes e aplicações industriais cada vez mais seguras e otimizadas.
Com o advento da internet, os emails começaram a se alastrar mundo afora, e em um segundo momento a navegação em páginas, o que gerou as redes sociais como Twitter, Facebook, Orkut, e outros.
Diria que em um terceiro momento, ocorreu a transferência desta mesma dinâmica para os aparelhos celulares, e estamos vivemos intensamente esse momento agora.
Nunca podemos esquecer que a pesquisa e a indústria fez e faz uso dos computadores cada vez mais como uma ferramenta de desenvolvimento e gerenciamento de todos os sistemas mundiais, incluindo logicamente os sistemas móveis e embarcados (processadores internos aos aparelhos, como no microondas, etc)..
Para onde caminha a pesquisa e desenvolvimento e para onde caminha a internet da forma que está hoje?
Com certeza a pesquisa e desenvolvimento irão fazer mais e mais uso dos computadores, gerando produtos e serviços que irão facilitar cada vez mais a vida das pessoas, seja na saúde, educação, lazer e trabalho.
Já a internet, parece um meio nebuloso, onde não se sabe ainda que caminho seguir. Mais ou menos como quando surgiu o rádio, em seguida a televisão, e hoje a internet.
La nos primórdios, o rádio servia inicialmente para que as pessoas recebessem em suas casas informações fúteis, pois não se sabia exatamente o que fazer. Entretanto algo era certo: era preciso que cada pessoa tivesse um rádio e que as ondas chegassem até elas para que as informações fossem enviadas e conseqüentemente ai estaria uma oportunidade de negócio.
Com o passar do tempo foram aparecendo os noticiários, as novelas, os programas musicais, e isso foi tomando corpo, a  tecnologia foi se expandindo, de tal sorte que praticamente qualquer ser humano na terra poderia ter um radio e ouvir todos esses programas praticamente ao vivo.
A Televisão foi apenas um salto do rádio para as imagens. Inicialmente se repassou o conteúdo do rádio para a televisão, mas à medida que se foi descobrindo o potencial da televisão, no caso a imagem, novos modelos foram propostos para oferecer aos telespectadores tanto as notícias, como entretenimento, agora com imagens, o que trouxe uma realidade totalmente diferente da do rádio.
Muitos diziam que a televisão iria sufocar o rádio, mas isso não aconteceu, uma vez que o rádio permanece até hoje, logicamente com suas programações renovadas, e tem o espaço para ainda ser ouvido por milhões de ouvintes.
A televisão também passou pelo processo de renovação tecnológica, onde cada pessoa deveria ter uma televisão, e conseqüentemente as transmissões deveriam alcançar seus telespectadores, onde eles estivessem, e isso foi um investimento enorme nos últimos 60 anos no Brasil, de tal sorte que hoje pode-se dizer que cada brasileiro tem pelo menos uma televisão para assistir seus programas favoritos.
Boni, em recente entrevista à TV Cultura, no programa Roda Viva, comandado pela entrevistadora Marilia Gabriela, afirma que a televisão deu certo quando a ela foi associado o modelo telenovela-jornal-telenovela e o modelo de propaganda ou merchandising. Na verdade com a audiência em alta, um merchandising custa muito dinheiro. Esse foi o grande salto da televisão brasileira.  Boni afirma ainda que a televisão caminha para a televisão regional, onde o acidente da esquina irá dar mais ibope do que a guerra do Afeganistão.
Questionado sobre o que pensa da internet, Boni considera que a formula adotada para a televisão não funciona para a internet. “Internet é como um enorme supermercado onde você entra e não sabe nem por onde andar, associado às redes sociais, com milhões de contatos, aparentando um caos total”. De fato Boni confessa não sabe o que será e como será, acredita até que novas pessoas, sem nenhum vício de televisão poderiam propor coisas novas, mas totalmente desvinculados ao modelo que temos hoje.
Como a internet é um meio de comunicação mundial, onde basicamente informações, fotos, comentários, observações, são imediatamente colocados e retirados do ambiente da internet, em geral pela própria pessoa que as geram, criando assim um número infinitamente grande de informações sendo trocadas em diferentes línguas, vê-se que o gerenciamento desses dados é quase impossível.
Uma particularidade desse modelo entretanto, apesar de se tratar de milhões de informações mundiais, é que as informações trocadas vão acontecer apenas entre poucas pessoas, geralmente aquelas do convívio local, familiar, de trabalho, ou mesmo de lazer do indivíduo.
Com essa característica será possível que um dia utilizemos a internet como hoje utilizamos a televisão? O que fazer com todas essas informações disponibilizadas em tempo real pelos internautas, nas mais diversas ferramentas da rede social? Como associar merchandising à internet para termos os filmes ou novelas produzidas por exemplo pela Rede Globo, diretamente na internet como um meio de entretenimento?
A mera troca de informações passará. A mera troca de imagens passará. O que fazer depois?
Imagino que uma das prioridades, em termos de sociedade, é que a internet traga entretenimento e educação. Entretenimento e educação hoje é música, filmes, novelas, teatro, jogos, a interatividade, e educação à distância. Isso vem acontecendo de forma mesclada entre os computadores e os celulares.
Mas será que esse modelo é o grande salto da internet? Por que não continuar assistindo filme em sua TV? Por que não continuar a ouvir música em seu DVD player? Enfim, qual será o salto, se considerarmos que com sinais tipo wire-less, podemos ter todas essas aplicações em diferentes lugares ao mesmo tempo?
No meu modo de ver, a mobilidade é a chave. Quando o meu aparelho de TV estiver conectado diretamente à internet e toda a programação disponível, a partir de uma seleção que eu mesmo farei de programas que me interessa, em diferentes partes do dia, essa será a TV que quero assistir. TV essa com touchscreen, podendo estar em meu quarto, minha sala, meu escritório, permitindo a interatividade, onde eu possa escolher minha programação, e poder assistir o que quiser na hora que puder, além das votações, definições de temas, que a interatividade pode permitir.
Acredito que as redes sociais como estão hoje, deverão deixar de existir. Será ultrapassado,  ninguém mais vai querer ficar tendo o trabalho de colocar fotos, textos, imagens, e tudo o mais, e a pessoas vão se exaurir de ficar vendo essas coisas todo o tempo. Acredito que essa interação irá ocorrer de forma mais direta, com fala e imagens simultâneas, apenas com aqueles que de fato amamos.
Nessa linha, acredito ainda que o celular também terá seu formato modificado. As pessoas não mais irão suportar levar um aparelho nas mãos ou pendurado ao corpo para se manter em contato. Na verdade basta um sinal gerado pelo relógio (esse sim manterá a tradição) que existe alguém querendo um contato. Similar aos “pagers”, tão logo você receba essa chamada, bastará se descolar para qualquer ponto que vou chamar de “connect” que deverão estar espalhados pelo mundo, para efetuar o contato. Esse ponto “connect” deverá corresponder a todos os tipos de dispositivos existentes hoje. Se no carro, o ponto “connect” será seu rádio que deverá permitir, por viva voz, que você retorne a chamada. Se no transporte público, os pontos “connect” serão os LCD´s existentes na parte de traz dos acentos, seja no metro, em ônibus, aviões, etc. Se nos shopping centers, o ponto “connect” serão os vários LCD´s instalados um a cada 5 metros de distâncias entre as paredes de todos os ambientes aceesíveis, até mesmo nos banheiros. Finalmente se for nas ruas, esses pontos “connect” estarão dispostos também a cada 5 metros, dependendo da quantidade de pessoas que circulam por aqueles lugares.
O merchandising vai ficar por conta dos inúmeros pontos “connect” existentes, nos rádios ou nos LCD´s disponíveis, onde mensagens devem fluir diariamente, até que você faça acesso a um desses dispositivos, e uma vez conectado, o único lugar efetivo para se ter merchandising é na programação prévia que você organiza, no caso as novelas, os jornais, que você programará para assistir, a preços mensais, semelhante ao que seria hoje as TV´s pagas. Fora disso o merchandising não terá espaço.
O livro eletrônico vai ter de fato se efetivar nessa nova estrutura? O jornal? As revistas? Penso que nada irá substituir o livro, as revistas, pois o prazer da leitura está em folhear, escrever sobre o papel, enfim, novos produtos deverão ser criados para substituir o papel pura e simplesmente, pois será inadmissível continuar contando arvores para esse fim.
O Mundo terá controlado a internet, no sentido em que temos hoje, mas oferecendo milhões de pontos de acesso para que possamos realizar aquilo que queremos, dentro e fora de casa, mas no sentido pleno da internet, no caso entretenimento e educação.
Não se venderá mais milhões de celulares e computadores, mas sim trilhões de relógios, anualmente, e trilhões de pontos “connect” como ponto de acesso, trilhões de LCD´s touchscreen, trilhões de rádios internet para carros, etc.
Esse é meu cenário para a internet nos próximos 20 anos, onde a mobilidade parcialmente fixa é a revolução.